Uma Esperança Que Nunca Morreu
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Uma Esperança Que Nunca Morreu



Quando nos mudámos para Lisboa, houve muitos campos em que tivemos de fazer cedências.

A casa - era pequena demais e muito cara, mas era a melhorzinha de todas as que vimos e a que se localizava mais perto da rede do metro.

Os autocarros - eram complicados de entender a sua regularidade, mas eram uma necessidade para o maridão chegar ao seu novo trabalho, visto que optámos por viver sem carros.

O novo trabalho do maridão - era muito longe de casa, levava quase o mesmo tempo em transportes para lá chegar, dentro de Lisboa, como levo eu para chegar ao meu trabalho, a mais de 80 km de Lisboa.

Os almoços - agora já não almoçávamos juntos em casa, como dantes; cada um tinha de levar a sua lancheira, o que por si implicava uma gestão e organização antecipada que não falhasse, ou arriscávamo-nos a ficar sem comer.

Enfim... Não vale a pena continuar a lista.

Creio que já chegaram lá.

Foi muito difícil. Ponto.

No entanto, e apesar de todas as contrariedades desta vida, a esperança foi sempre uma força motriz por trás dos nossos dias.

Esperança de conseguir outra casa.

Conseguir voltar a ter carro.

Conseguir voltar a almoçar juntos.

Conseguir um local de trabalho mais perto de casa, para o maridão.

A esperança foi a força que me levou a descobrir que a função pública tem um site onde se colocam todos os anúncios de ofertas de trabalho para a função pública.

BEP. Bolsa do Emprego Público.

Não tardámos em inscrever o maridão na BEP, e fizemos um pedido de alerta, para que recebêssemos via email todas as ofertas que surgissem na Grande Lisboa.

Em quatro anos, não houve uma semana que eu não suplicasse ao maridão que aceitasse esta ou aquela oferta, mais perto de casa. Admito que cheguei a ser implicante, tal era a angústia de estar tão longe dele. Mas o maridão não se demoveu com a minha ansiedade. (E ainda bem!) As palavras dele mostravam quão irredutível ele era nesta questão do trabalho: "Quando aparecer um pedido na BEP para a minha categoria, neste local assim-assim, garanto-te que trato logo de pedir a mobilidade." Esse local fica a 10 minutos a pé de casa, a 5 minutos de metro. É verdade que seria bom, mas parecia uma exigência desnecessária...

Claro que, ao longo do tempo, como esse "local assim-assim" nunca pediu funcionários da categoria do maridão, fui ficando resignada que teríamos de fazer mais esta cedência, indefinidamente...

Até que...

O mês passado...

Abro a BEP, e estava ali, preto no branco, para o "local assim-assim", o TAL, um único pedido, de um funcionário com a categoria do maridão!!!

Enviei de imediato o link do anúncio para o maridão, o qual tratou de accionar logo o seu pedido de mobilidade para o novo local, o qual foi aceite, o qual terá início formal já no fim deste mês!!!!!

Estou tão feliz que só me apetece dançar!!!

Maridão querido: foram 4 longos anos de espera, mas tinhas razão. "Quem espera, sempre alcança!" Agora... Estás pronto para voltares a almoçar em casa, para deixares de andar carregado com lancheira, para dormires mais tempo de manhã, e para chegares a casa mais cedo???

E vocês - conheciam a BEP?...

Afinal, a nossa história prova que, para quem é funcionário público e não está satisfeito com as condições que tem no seu local de trabalho, a resignação não é a única saída. Também prova que nunca, mas nunca mesmo, devemos baixar os braços e desistir de lutar por aquilo que desejamos!

E vocês, o que é que desejam poder mudar?...

Cumprimentos, e mantenham viva a vossa esperança!
Ariana



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