Plano de Ataque às Dívidas - Parte Três
Finanças Pessoais

Plano de Ataque às Dívidas - Parte Três


"Pague-se a si primeiro!"
"Reserve logo no início do mês uma quantia para a sua poupança!"
"Pague logo as contas assim que elas chegam!"


Estas "regras" da boa economia doméstica andaram a dar-me voltas à cabeça por tempos e tempos. Como pagar a nós, se não temos nem para pagar aos outros?... Como fazer uma poupança, se o dinheiro nunca chega?... E mais, como pagar logo as contas assim que elas chegam, se também temos de comer, e se nem recebemos os rendimentos todos no mesmo dia?...

Enfim... ser poupado não é fácil, e conseguir dar a volta por cima apesar das dificuldades ainda mais difícil é!...

MAAAS... (eu gosto mesmo dos "mas", vocês não?... deixam sempre outra perspectiva em aberto eheh! )

... maaaas, como já dizia o excelentíssimo Sir Sean Connery no filme "Entrapment":



"It's impossible... (é impossível...) but it's doable!... (mas é fazível!...)" (ler com efeito de "chopinha de macha", para ser mais ao estilo dele, ahahah!)

Então, como tornar estas coisas todas "doables" (ou fazíveis) para nós?...

1º) Analisar para que diferentes campos têm de ser canalizados os nossos recursos

No nosso caso, temos 4 campos diferentes: as despesas das casas arrendadas, as despesas da nossa vida aqui em Lisboa, as despesas pessoais do maridão, e depois as minhas próprias despesas pessoais. De forma que, no mês passado, fiz, não UM orçamento mensal, mas QUATRO orçamentos mensais, a que dei os nomes conta das CASAS, conta da FAMÍLIA, conta do MARIDÃO e MINHA CONTA.

Apercebi-me logo que seria aconselhável possuir mesmo 4 contas bancárias, para gerir os dinheiros sem eles se misturarem, e assim garantir, por exemplo, que as entidades referentes às casas não viriam retirar dinheiro que era destinado à família, ou a nós. Nunca vos aconteceu, terem dinheiro na conta para irem às compras e quando dão por isso, já não o têm, porque veio o seguro multiriscos ou outra domiciliação qualquer e levou-o?... Isso - nunca mais!

2º) Adequar cada conta bancária ao propósito que lhe foi destinado

Como já tínhamos 2 contas no banco com o qual trabalhamos, uma dele e outra minha, comecei por aí.

A conta onde se debitam as prestações dos empréstimos das casas seria a Conta das Casas, assim, alterei todos os pagamentos que saíam dessa conta e que não tinham nada a ver com as casas: débitos directos da edp da nossa casa aqui, transferência da renda daqui, etc. Deixei única e exclusivamente nesta conta os pagamentos referentes às casas: prestações ao banco, seguros de vida e multiriscos, IMIs, e recebimentos das rendas dos nossos inquilinos. (Como esta é uma conta-ordenado, o ordenado do maridão é creditado aqui, mas nada que uma transferência programada não resolvesse: assim que o ordenado entra, sai logo para a Conta da Família, que é onde este dinheiro realmente faz falta.)

A outra conta bancária, que é também uma conta-ordenado, minha, passou a ser a Conta da Família.entram os nossos ordenados, e saem todas as despesas referentes à nossa vida aqui: água, luz, gás, pagamento da renda, cães, farmácia, cartões de crédito (sendo 1 deles para as compras de supermercado, portanto, "Alimentação" já está  incluída nesta rúbrica). "Poupança" foi outra rubrica que incluí na Conta da Família, e que programei que saia da conta logo depois de entrar o meu ordenado. Sair para onde?... Para uma quinta conta bancária! Mas isso fica para depois.

A seguir, distribuí as nossas despesas pessoais por cada um: o maridão tem a mensalidade do telemóvel, o passe mensal do metro, os seus cafés, livros, CD's ou DVD's, ou outros interesses. Eu, a mesma coisa, passe mensal do metro, telemóvel, bilhetes de autocarro para ir trabalhar, e cafés/lanches, mimos e outras coisas do género. Para estas despesas pessoais usei uma conta que já tínhamos mas não usávamos, num banco online que não cobra comissões de manutenção, e tratei de abrir outra, para mim, nos mesmos moldes. A quinta conta bancária, a da "Poupança", também pertence a este banco, e está automaticamente associada às contas à ordem. Também sem custos de manutenção e com alguns juros a receber. Nada de extravagante, é só para começarmos as coisas!

Assim, estão a seguir-me? Defini quais as diferentes áreas para onde os nossos rendimentos devem ser canalizados, criei contas bancárias correspondentes a esses campos, e distribuí as respectivas despesas pelas diferentes contas bancárias. Agora sei exactamente o que custa manter as casas arrendadas, e quanto fica na conta depois de todas as despesas pagas; agora sei quanto nos custa viver aqui em Lisboa, e quanto dinheiro temos para o mês; agora sei quanto é o meu encargo pessoal no orçamento familiar, e não posso ultrapassar esta margem, se já não há dinheiro na minha conta, acabou-se! Conseguem visualisar os benefícios desta separação de águas?...

Chegámos agora à parte em que, dividimos os dinheiros, e parece que falta dinheiro para cobrir tudo o que planeámos!... "No stress", isso é mais comum do que pensam, aconteceu comigo também!... E é nesta parte que vamos buscar os dinheiros que fizemos com a venda de objectos nossos, estão recordados?... Siiiim, AGORA, que estamos a pôr de pé o nosso plano, é que é para mexer nesse dinheiro!

Então?...

'Bora lá buscar o dinheiro, estão à espera do quê???...

Não venderam nada???  Então porquê?... Se querem mudar o rumo das coisas, não podem estar com sentimentalismos, então?...

Vá lá!, vão lá voltar ao Passo Dois, e quando isso estiver feito, falamos, ok?...

Cumprimentos, e até breve! (espero... não demorem a voltar com o vosso dinheiro extra, ou a coisa vai ficar em águas de bacalhau eheheh...)
Ariana



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