PORQUE GESTORES RESISTEM AO PLANEJAMENTO
Finanças Pessoais

PORQUE GESTORES RESISTEM AO PLANEJAMENTO


Não há um só livro sobre gestão e negócios que desabone o planejamento. Existe um consenso que ele é importante para obter melhores resultados. Por planejamento devemos entender a atitude racional, reiterada e sistematizada de antever circunstancias, estabelecer objetivos e estratégias para alcançá-los, organizar processos, ações e procedimentos, definir metas e métricas para mensurar o andamento, reduzir riscos, desperdícios e perdas. Quem planeja aumenta suas possibilidades de sucesso, e efetivamente a sua taxa de acerto. Ora, se o planejamento é algo tão bom por que ainda hoje existem gestores que ainda rejeitam e resistem a ele, seja de uma maneira direta ou camuflada? As respostas para isso podem nos dar boas pistas não só de como superar esta dificuldade mas de manter uma cultura de eficiência na empresa. 

Se percebermos bem, ao estabelecer o planejamento, estamos reduzindo o espaço para a improvisação. Isto pode significar para alguns gestores a redução do seu espaço de atuação, se eles forem adeptos ao improviso como prática habitual de administração. O planejamento também transfere para si, de maneira compartilhada e colaborativa, muitas decisões que seriam tomadas individualmente e lá na frente pelo gestor. Isso incomoda aqueles com perfil egocêntrico que gostam que as coisas girem em torno de si, que a própria caneta defina o destino das coisas.  Além disso, o planejamento possibilita uma maior margem de controle, pois estabelece padrões conhecidos que podem ser verificados posteriormente. Isto decorre na redução de perdas e desperdícios, aumentando a eficiência da organização. Acontece que o descontrole causa benefícios ocultos, que vão desde ao encobrimento de erros gerenciais, passam pelo favorecimento de integrantes da empresa e de terceiros, e podem chegar inclusive a ganhos financeiros pessoais irregulares. Alguns gestores podem não querer que isso venha a tona, pois desta forma sua atuação necessária de ajuste seria evidenciada. 

Existem muitos outros motivos, mas esses três já são suficientes para entendermos porque existem gestores que resistem ao planejamento. Na verdade, quando isto ocorre eles estão priorizando aspectos pessoais sobre os interesses da instituição, o que pode ser danoso não só para própria empresa como para si mesmo. Impor o planejamento por outro lado não é um bom caminho para que ele torne-se efetivo. Por si só o planejamento requer participação e compreensão do processo, requisito que descarta iniciativas  impositivas. O melhor caminho sempre é o do esclarecimento e do convencimento na tentativa de fazer com que os gestores vejam as grandes vantagens que ele pode promover. Logicamente, esta estratégia tem um limite, pois não se pode ficar tentando a vida inteira algo que não corresponde. Gestores que não conseguem desapegar-se do modo individualista, improvisado e amador de atuar, possuem cada vez menos espaço nas empresas. E não é o planejamento que faz isso mas sim a sua própria limitação. 
 




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