O Segredo (não) é a Alma do (bom) Negócio
Finanças Pessoais

O Segredo (não) é a Alma do (bom) Negócio


Que existe uma Crise, não é novidade nenhuma.

Que cada vez mais pessoas estão a ser despedidas, toda a gente sabe.

Que são cada vez mais as famílias que não conseguem pagar o seu sustento, já não surpreende a ninguém.

Então, porque é que quando a "miséria" nos bate à porta, vamos fazer disso um grande segredo, como se fosse um dos pecados mais horrorosos, feios e imperdoáveis?...

Sim, não estou para aqui a cantar de poleiro, apontando acusatoriamente o dedo  aos outros, sem saber da matéria. Escrevo do que já vivenciámos, já experimentámos, e por tentativa e erro já percebemos como funciona melhor. E a conclusão é mesmo esta: guardar segredo acerca das nossas contas não é um bom negócio!

Claro que a sociedade tem este estigma mais do que bem arraigado, o de olhar com censura quando alguém chega perto de um balcão bancário e diz: "Este empréstimo que pedi anteriormente - não o estou a conseguir pagar. Preciso de ajuda."

Mas vamos lá a pensar bem na coisa: qual é a maior vergonha? Admitir que, por força de circunstâncias maiores já não suportamos encargos que antes conseguimos suportar, ou ter de andar a fugir a telefonemas e outras formas de contacto que as instituições a quem devemos farão sucessivamente?... Claro que, para admitir a nossa situação temos de dar a cara, enquanto que fugir dos contactos dos credores ninguém sabe quem somos, não passamos de um nome... Mas seremos um MAU nome, que inevitavelmente constará no Banco de Portugal.

Pois é, admitir e pedir ajuda é o melhor caminho. Mas não se fiquem por contactar apenas os credores e esperar por melhores dias. A situação até pode melhorar por se dar a conhecer as dificuldades sentidas a todos os que estão, de alguma forma, envolvidos connosco a nível financeiro. Patrões, bancos, financeiras, senhorios, pais, irmãos, sócios, amigos com quem costumávamos gastar algum dinheiro socialmente, todos aqueles com quem o contacto envolvia o uso de dinheiros, se informados que agora estamos num aperto e não podemos arcar com certas despesas, talvez abram uma porta que não esperaríamos.

Mesmo que isso não se verifique, fica a explicação de por que mudámos os nossos hábitos (no caso de parentes e amigos) e fica o registo do nosso pedido por ajuda (no caso das entidades financeiras) ao qual terão obrigatoriamente que apresentar uma solução.

No entanto, fica aqui uma palavra de cautela:

Não se acomodem após uma conversa com um único funcionário! Quando vos fizerem propostas de como poderão pagar as vossas obrigações, procurem outros balcões do mesmo banco, exponham o caso, e vejam que soluções vos apresentam e comparem-nas com as que já vos foram propostas. Nem sempre os gestores da nossa conta pensam nas nossas necessidades. Se for caso para isso, ainda propõem mais dívidas para sanar dívidas, e isso é única e exclusivamente no interesse deles! A contar com o vosso segredo estão eles!

Vergonha?... Vergonha é roubar!

Dar a cara, responder pelas nossas contas, e mostrar intenção de pagá-las, isso é que é a alma do bom negócio!

Cumprimentos, e não guardem segredo!
Ariana





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