Casa, automóvel, contas para pagar ou impostos. Quando decide emigrar, deixa para trás a vida que tinha até então, mas também uma série de assuntos pendentes, que não podem ser ignorados, sob pena de ter uma surpresa desagradável quando estiver de regresso. Susete Gomes, de 37 anos, está seis meses na Suíça e seis meses em Portugal. Desde que tomou a decisão de ir trabalhar para fora, que a sua vida é feita entre os dois países e isso significa que, antes de partir, há inúmeras questões que tem de deixar tratadas. Por ser muito metódica e organizada, não existe nenhum aspeto da sua vida seja descurado. No que diz respeito às contas fixas mensais, por apenas estar ausente durante metade do ano, Susete decidiu que não ia cancelar nenhuma despesa. Todos os pagamentos correntes estão em débito direto e faz questão de deixar a conta provisionada com um valor estimado para cobrir essas despesas. No entanto, aderiu à “Conta Certa” no gás e eletricidade. “Todos os meses tiram-me um valor certo e no fim do ano fazem o acerto”, contou Susete Gomes ao Saldo Positivo.
As telecomunicações também se mantêm ligadas quando está fora. “Há um período de fidelização de dois anos, ou seja, não posso aderir e passados seis meses desligar o serviço. Sei que tenho estes serviços para pagar, apesar de não utilizar durante seis meses, o que é um desperdício de dinheiro, mas continuo a pagar porque foi isso que ficou acordado”, prossegue. Os assuntos relacionados com o automóvel, como revisão e inspeção, também ficam tratados antes de sair de Portugal. “É possível fazer a inspeção três meses antes da data oficial, então faço tudo isso antes de me ir embora, para assegurar que não há nenhum problema quando voltar”, prossegue.
Uma ajuda extra
Para além de apenas estar fora durante um semestre, Susete Gomes tem uma rede de apoio em Portugal, que lhe permite ter alguém de confiança que vá a sua casa de 15 em 15 dias verificar se está tudo bem ou se há alguma questão relacionada com o condomínio que seja preciso resolver, como por exemplo, um arranjo de última hora. Além disso, enquanto está fora, pede à vizinha do lado para estar atenta a movimentos menos normais que possam ocorrer e, se alguma coisa acontecer, ligar para os contactos que lhe deixa para que alguém possa verificar o que se passa.
No entanto muitas pessoas não têm este apoio e necessitam de alguém que trate dos assuntos que ficam em Portugal. Foi nesse sentido que Inês Salvo e Gilda Pereira criaram a EI! Assessoria ao E(i)migrante. “Começámos como uma empresa a pensar nas pessoas que iam para o estrangeiro e precisavam de ajuda cá”, explicou Inês Salvo, uma das fundadoras da empresa, ao Saldo Positivo. O tempo foi passando e começaram a chegar pedidos de pessoas que iam emigrar e precisavam de ajuda no que diz respeito à documentação. “Às vezes as pessoas levam daqui uma certidão e acham que é válida lá, mas não é. Querem saber quais os requisitos dos países, que vacinas necessitam, que documentos vão precisar para pedir a carta de condução, para fazer o pedido de inscrição na segurança social, uma série de elementos”, prossegue Inês Salvo.
Assuntos pendentes
“Chegam-nos muitos pedidos de pessoas que pretendem deixar a sua situação legalizada em Portugal e começámos a dar esclarecimentos”, diz Inês Salvo, exemplificando: “Sabia que se estiver três anos ausente, sem fazer nenhuma visita ao centro de saúde, perde o direito ao médico de família? E que se for para fora da União Europeia, necessita ter um representante fiscal em Portugal?”. São dúvidas desta natureza que as duas especialistas procuram responder no seu trabalho do dia-a-dia.
Mas a sua área de negócio é alargada. Vai desde a elaboração de IRS, à representação fiscal, à gestão de arrendamento de imóveis, obtenção de vistos ou receção e envio de correio. Mas não só. “Por exemplo, um senhor que está em Angola precisa de uma autenticação da carta de condução, nós tratamos disso, seja qual for o documento”. Para além de toda a parte de documentos e consulado, há outro tipo de pedido de ajuda que chega muito: o transporte de animais. Nestes casos tratam de tudo, desde a documentação, vacinação e acompanhamento do animal.
Outro tipo de pedido que Inês Salvo e Gilda Pereira recebem muito está relacionado com quem quer regressar, depois de vários anos emigrado. “Necessitam de se ambientar novamente aos procedimentos burocráticos cá e, no caso de pessoas mais velhas, pedem-nos ajuda para tratar de pedidos de reforma em Portugal ou como pedir equivalências aos filhos”.
Checklist antes de partir:
– Encontrar quem trate do animal de estimação;
– Cancelar subscrições de revistas;
– Deixar a chave de casa com alguém de confiança;
– Deixar as contas fixas em débito direto ou cancelar estes pagamentos;
– Pedir a alguém que, periodicamente, lhe veja a caixa do correio;
– Representação fiscal;
– Pagar impostos devidos de bens que tenha em Portugal, como o IMI, no caso da habitação, ou ISV, no caso do automóvel;
in saldopositivo.pt
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