Deixou de ser possível subscrever Certificados do Tesouro
Finanças Pessoais

Deixou de ser possível subscrever Certificados do Tesouro


 

«Face ao reduzido sucesso do produto, o Governo decidiu suspender, com efeitos imediatos, a emissão de Certificados do Tesouro».

Foi desta forma, em comunicado de imprensa, que o Governo anunciou o fim do reinado dos Certificados do Tesouro no passado dia 30 de agosto.
Criados em julho de 2010 e destinado à poupança de longo prazo dos particulares (até 10 anos), tornaram-se populares e uma das melhores soluções de poupança com capital garantido para o médio e longo prazo (cinco a dez anos), batendo o rendimento dos depósitos e seguros de capitalização. Por isso, é um pouco estranha a expressão «reduzido sucesso do produto» na justificação destas alterações.
A redução da procura em 2012 terá mais a ver com o risco de crédito do Estado (ver gráfico): uns aforradores afastam-se da dívida do estado e outros preferem as Obrigações do Tesouro, que proporcionam um rendimento superior. Quem subscreveu, deverá manter entre cinco a dez anos, para conseguir um bom rendimento.

Aplicações e resgates de Certificados do Tesouro
(em milhões de euros)
Em dois anos foram aplicados 1,85 mil milhões de euros em Certificados do Tesouro. A crise da dívida pública e o risco de crédito do Estado veio refrear a procura destes títulos em 2012.

Estado de desconfiança

Sem os Certificados do Tesouro, os aforradores deixam de ter disponível um produto de médio e longo prazo, capital garantido, baixo risco, elevada liquidez e um rendimento atrativo. Cada vez mais, os aforradores que pretendam aplicações com menos risco e capital garantido são deixados à mercê da oferta de bancos e seguradoras, mas as possibilidades de investimento são cada vez menores e com rendimentos mais baixos. Existem ainda as Obrigações do Tesouro, mas só recomendamos para montantes acima de 2500 euros.
Por outro lado, esta situação vem reforçar uma exigência nossa (ver análise): os produtos de aforro do Estado deveriam ser regulados por uma entidade autónoma, que acompanhe os mercados, controle a informação prestada e vigie o comportamento das entidades que os comercializam. Até agora tem sido o Governo quem dita as regras e tem o poder para manter ou alterar a remuneração de forma arbitrária, distorcendo as regras da concorrência.
Se «o Governo tem vindo a constatar o desinteresse gradual dos aforradores relativamente aos instrumentos de poupança de retalho emitidos pelo Estado», como refere no comunicado, não será também devido a estas constantes alterações nas regras dos produtos, deixando o aforrador desorientado e cético em relação ao Estado?


Fonte: Proteste Investe



loading...

- Finanças Pessoais: Saiba Como Poupar Para Os Seus Filhos
Oferta é variada e pode ir dos depósitos atéaos fundos de investimento. Depende da idadee do risco Poupar a pensar no futuro dos filhos é uma preocupação comum da maioria das famílias portuguesas. Esta é uma tarefa mais complicada tendo em conta...

- Proteja O Seu Património Com Depósitos A Prazo
 Investir num depósito de médio prazo afasta as suas poupanças do turbilhão dos mercados. Descubra as aplicações mais generosas.Em situações normais, os depósitos a prazo têm uma função muito simples: conferir liquidez ao património....

- Proteja As Suas Poupanças Do Corte De Rating
Devido a actual crise, é natural que portugueses estejam preocupados com a segurança das suas poupanças, afinal, o rating português foi considerado "lixo" por uma das grandes agências de notação financeira. Porém, é necessário agir com calma...

- O Seu Dinheiro Está Protegido?
Saiba quais são as implicações de uma falência da Grécia nas suas poupanças. A possibilidade da Grécia entrar em incumprimento nos próximos tempos é um dado quase adquirido pelos investidores que negoceiam obrigações do Tesouro helénico....

- Saiba Que Os Novos Créditos à Habitação Vão Perder Benefícios Fiscais
O governo em gestão quer reduzir os incentivos à compra de casa. A actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV) inclui o fim dos benefícios fiscais em sede de IRS para novos créditos à habitação - a ideia é controlar o endividamento...



Finanças Pessoais








.