Tudo tem um começo. A gestão financeira nas empresas também tem. Quando um empresário monta o seu negócio e enquanto ele está à frente do mesmo, normalmente se concentra em trazer faturamento. Ou seja, ele atua no comercial da empresa. Também atua na operação, porque ela é que vai possibilitar a entrega do que foi vendido. As vendas vão subindo e o funcionamento melhorando. As coisas vão crescendo, os negócios vão aumentando e alguns setores vão ficando para trás. O setor financeiro é um deles.
Acontece muito, ele ser entregue a uma pessoa de confiança do dono, afinal vai lidar com dinheiro. Muitas vezes um amigo ou um parente. Outras vezes a um funcionário antigo, uma espécie de fiel escudeiro. Essa pessoa controla as contas bancárias e o caixa, faz os cheques com uma letra bonita. Paga e recebe com muita eficiência, sem faltar um centavo. Ninguém imagina que isso não é suficiente até a primeira crise financeira se instalar. Na verdade, o que acontece é que os gestores financeiros consomem o seu tempo nas operações do setor, resolvendo problemas e apagando fogueiras, e não possuem tempo, e as vezes condições, de gerir realmente as finanças do negócio.
Sim, porque gerir é mais que pagar e receber. Gerir financeiramente um negócio, exige conhecimento teórico e prático de finanças empresariais. Exige análise cuidados de dados e alguns cálculos que fundamentem as decisões. A área financeira é a que menos se presta para achismos, intuição e decisores que decidem “porque sabem” sem demonstrar os fundamentos. É uma área de atuação que exige estudo prévio como qualquer outra que se preze. Mas você deve lembrar que o estudo não é suficiente, se não houver condições e tempo para atuar conforme se deve.
Com o setor financeiro atrofiado ou impossibilitado de pensar o negócio sob a ótica financeira, a maioria das empresas brasileiras apenas seguem a maré e por isso muitas vezes são surpreendidas por ondas que quebram nas costas. O caldo pode ser grande. Endividamento além das possibilidades, desequilíbrio no orçamento, dificuldade de encontrar financiamento, investimentos sem o retorno necessário, são apenas alguns exemplos. Podem haver muito mais.
Assim como todas as áreas numa empresa, a área financeira precisa evoluir. Ela não é só feita de tesouraria, contas a pagar e receber. As decisões financeiras envolvem muito mais que isso. Ela é feita de controladoria, custos, análise das operações. É feita de informações consistentes e contínuas. De relatórios, reuniões, gráficos, prestação de contas e conformidades. Uma área fabulosa e interessante, porém muitas vezes esquecida numa sala desarrumada e sem importância, como se dinheiro não fosse relevante.
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