A Procura de Emprego
Finanças Pessoais

A Procura de Emprego




Ainda seguindo no tema da sexta-feira passada, concordo que a busca de emprego é uma tarefa desanimadora e até, de certa maneira, castrante. É quase impossível sairmos de uma entrevista em que fomos rejeitados com a mesma opinião de nós que tínhamos quando entrámos.

Eu não sou nenhuma doutorada, nem licenciada, nem formada, nem entendida na matéria da busca de emprego, se formos a ver pelo meu currículo escolar e de formação. Mas pela experiência, tenho algumas estratégias que julgo poderem ser de ajuda para outros.

Não intenciono, de maneira nenhuma, acusar a quem está desempregado de alguma forma de negligência, ou ignorância. Não levem para esse lado, pois não está aqui ninguém com manias de grandeza. Pelo contrário, ao ler os vossos testemunhos nos comentários, cresceu deste lado alguém compassivo, com real tristeza pelos vossos infortúnios. Não posso FAZER nada de real para vos ajudar, mas se as minhas estratégias vos puderem ajudar de alguma forma, já valeu a pena passarem por aqui, não?...

Quando ficava desempregada, o que me preocupava mais era ter dinheiro para pagar as contas.

Certo.

Penso que é o problema número 1 de todos.

Assim, fazia de imediato o orçamento familiar, agora sem o meu ordenado, e tentava cortar tudo o que não era essencial para a família. Neste campo, confesso que já contratei e descontratei várias vezes serviços de TV, internet, telefone, seguros automóveis, seguros multiriscos, seguros de vida, telemóveis, conforme tivéssemos que estar mais, ou menos, contidos. Depois de cortar do orçamento tudo o que não era realmente essencial para a vida, somava novamente os valores que ficavam, e o saldo negativo que surgisse no fim do orçamento era a minha fasquia mais baixa em termos de prospectivos rendimentos. Quer dizer, pensava para comigo: "Tenho que arranjar trabalhos que me dêem, pelo menos, o valor X, para colmatar este saldo negativo e poder chegar ao fim do mês sem dívidas."

Assim, ponto número dois, quando me punha a ver anúncios de emprego, tinha um valor muito definido em mente. O valor a receber é que era importante, a natureza do trabalho não era assim tão importante.

Ponto número três: Para alguns dos anúncios a que eu respondi, nem sequer possuía qualquer experiência, mas eu penso que não devemos subestimar as nossas capacidades. Se por algum motivo passasse à entrevista, e fosse confrontada com a falta de experiência (ou de escolaridade!...), eu argumentava  pontos positivos acerca da minha pessoa, como por exemplo, que sou uma pessoa com facilidade de aprender, que não precisa que lhe repitam as coisas, que gosto de fazer um trabalho perfeito e por isso, assegurava que a falta de experiência ou de escolaridade não eram um impedimento para que o empregador ficasse bem servido. Por outro lado, se me candidatava a um trabalho para o qual eu tivesse escolaridade a mais... omitia esse facto (ou seja, fazia um currículo apenas para aquele trabalho, de acordo com o que pedissem)! Se eu não me importava de trabalhar abaixo das minhas habilitações, porque havia de deixar que fossem os outros a importar-se com isso?...

Outra estratégia que eu acho extremamente importante para ganhar pontos na entrevista, é a forma como vamos vestidas ( ponto número quatro). Não percebo como é que ainda há pessoas que vão tentar convencer um empregador que são funcionários sérios, e depois vão vestidos como se fossem para um engate!... Ou que querem convencer o empregador que são perspicazes, que aprendem rápido, e não tiveram o discernimento de se vestirem adequadamente para o trabalho a que se propõem! Mais informação acerca deste tópico, para compreenderem o que eu quero dizer, podem encontrar neste link.

Depois da entrevista, há um período de espera pela resposta, certo? Errado!

Para mim, o ponto número cinco era continuar a procurar ocupações que me dessem aquele valor que estipulara no orçamento! Tenho visto aquele ditado "mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar" ser muito verídico! Isto, porque até entre meus conhecidos, tenho presenciado àquela suspensão em que se fica depois de uma entrevista para um trabalho que se quer muito, e fica-se ali, suspensos, a pairar sobre o telefone ou o email, à espera... a não fazer nada... e o tempo a passar, e o fim do mês a chegar, e as contas por pagar... Isso, meus amigos, para mim, nunca deu! Acho que, se o empregador gostar meeeeesmo muito de nós, diz-nos logo no próprio dia alguma coisa. Se não estiver dentro do poder dele escolher, ou houverem prazos para se respeitar, então, eu punha-me a procurar outra coisa, e depois, logo se via!...

Uma vez, aceitei um trabalho de empregada de mesa, part-time, que só me iria dar 200,00€ no final do mês, e que era pesado "pa caramba!". Aceitei-o imediatamente depois de ter estado numa entrevista para outro trabalho,  porque era para começar " já amanhã!", o que na minha linguagem foi entendido como: "cada vez mais perto de receber alguma coisa!", e no entanto, eu estava à espera de outras respostas. Só 15 dias depois é que tive a resposta, positiva, para outro trabalho, e eu, o que fiz?... Saltei fora! E pedi o que era meu por aqueles dias de trabalho. Se não tivesse feito nada, eram quinze dias em que tinha estado pendurada à espera da resposta da entrevista, e não teria recebido aqueles 100,00 euritos que me ajudaram muito enquanto o primeiro ordenado não veio.

Outras ocupações fui arranjando por mim própria quando não encontrava nenhuma oferta de trabalho (ponto número seis). Por exemplo, pensava: "Pelo quê é que as pessoas ainda se dignam a gastar dinheiro?" No meu ver, pelas coisas básicas. Comida, arranjos de roupa, cortes de cabelo, limpezas em escadas e ao domicílio, e cuidar de crianças. 

E cada vez mais, penso que estas são as coisas onde podemos tentar fazer alguma forma de rendimento, temporária, claro, mas é rendimento, enquanto uma forma de trabalho mais completa não se nos atravessa na nossa frente.

O importante, o mais importante de tudo isto que eu passei por experiência própria, e que gostava de vos passar, é que é a nossa atitude perante o problema é que nos define. E o mais interessante de tudo é que os outros gostam de ver essa atitude positiva, desembaraçada, determinada, e muitas vezes, é essa atitude que nos abre as portas para um trabalho, mesmo sem experiência, mesmo sem escolaridade. Não acreditam?...

Cumprimentos, e não desistam!
Ariana



loading...

- Uma Confissão Difícil De Admitir
Tenho uma confissão a fazer, que depois de muito negar e fechar os olhos à coisa, já não dá mais para fazer de conta... Tenho 36 anos, quase a fazer 37, e no aspecto geral pareço uma pessoa normal, com juventude e vitalidade para dar e vender. Mas...

- 10 Dicas Para Procurar Emprego De Forma Eficaz!
A procura de emprego pode ser um processo cansativo. Procurar uma oferta que vai de encontro às suas competências, entregar o currículo várias vezes e não obter resposta é uma atividade frustrante. Os números do INE não dizem nada de novo: no...

- Como Passar Da Candidatura À Fase Da Entrevista
Faça do anúncio o ponto de partida para uma pesquisa sobre o empregador ou a empresaSe já viu todos os métodos que existem para procurar trabalho e a efetividade de cada um, agora é o momento de garantir que as candidaturas que envia vão abrir-lhe...

- 10 Mitos Sobre Uma Entrevista De Emprego
Mito 10: O Entrevistador está preparadoO Entrevistador com que vai fazer a entrevista provavelmente está cheio de trabalho e stressado com a tarefa de ter de contratar a pessoa certa, por isso facilite-lhe a vida, respondendo à pergunta típica "Fale-me...

- Formas De Conseguir O Primeiro Emprego Sem Experiência
Conseguir o primeiro emprego, ou um novo emprego numa nova área em que você nunca trabalhou, pode ser muito difícil num mercado que valoriza cada vez mais a experiência.   A maioria das empresas seleciona preferencialmente candidatos que possam...



Finanças Pessoais








.