Uma Carta ao Senhorio
Finanças Pessoais

Uma Carta ao Senhorio


Uma enorme parcela do orçamento familiar é consumida pela habitação. Seja ela comprada ou arrendada, sem dúvida é uma das maiores despesas que temos de garantir, mês após mês.

Para quem tem empréstimo bancário para aquisição da sua habitação, o conselho dado pelos peritos é negociar tudo o que puder junto do banco: taxas, spreads, encargos, seguros, etc.

Para quem tem casa arrendada, também pode tentar negociar com o senhorio o valor da renda, caso ela se torne mais pesada do que pode aguentar. Do meu ponto de vista como Senhoria, já deixei aqui os factores que me poderiam convencer a baixar uma renda.

Mas, e do meu ponto de vista como inquilina? Como é que o tentaria pôr por escrito para o meu senhorio?

Talvez algo assim:

"Ex.mo Sr. Dr. ....,


Vimos por este meio comunicar-lhe que estamos muito contentes com a sua casa. É agradável, confortável, e a vizinhança não incomoda e é respeitadora.


Temos cumprido o compromisso da renda acordada no contrato à risca, como o Sr. Dr. ... pode observar no seu extracto de conta, por fazer sempre a transferência da renda ao dia 1 ou o mais tardar 2 de cada mês. Isto tem uma razão de ser. Achamos que manter o compromisso com o Sr. Dr. ... é muito importante para nós, e ter a reputação de inquilinos pagadores é muito valioso para nós.


No entanto, outro motivo que nos tem impelido a pagar-lhe logo ao dia 1 de cada mês, é o facto de estarmos a passar, presentemente, por um período muito difícil a nível financeiro (explicar qual é, o desemprego de um ou dos dois, uma baixa médica prolongada, uma doença de filhos, um filho por vir, etc). Assim, temendo que não lhe consigamos pagar se deixarmos passar alguns dias desde que recebemos o ordenado, entregamos-lhe logo o que é seu, para não corrermos riscos.


Mas, esta nossa determinação está a ficar cada vez mais difícil de cumprir, pois o valor para a renda representa neste momento x % do nosso rendimento mensal, e além deste encargo também temos outros que não podemos descurar, os quais são: (alistar, por exemplo edp, gás, água, carro, transporte, creche, etc. Peço desculpa se firo alguma susceptibilidade, mas não incluo tvcabo nem telemóveis, telefones, internet, quotas para actividades desportivas, etc, porque não considero que sejam coisas a manter a todo o custo quando se está com dificuldades económicas a sério)


Por isso, vimos solicitar ao Sr. Dr. ... uma redução da renda em ...(50, 75, 90 euros, é importante especificar o valor que deseja, mas advirto já que um valor com 3 dígitos é muito mais difícil de conseguir), o que já nos permitirá manter o nosso compromisso sem incorrer em atrasos ou complicações no pagamento.


Se, como é o seu direito, não concordar com o nosso pedido, agradecemos que nos informe o quanto antes, para podermos tomar outras medidas que, então, se mostrarão necessárias e inadiáveis.


Com os nossos melhores cumprimentos,


(assinar)


Note-se que estas palavras são um exemplo do que eu diria, não reflete de maneira nenhuma os modelos de comunicação por escrito entre senhorios e inquilinos, nem intenciono que seja tirada daqui esta carta na íntegra, como se de uma minuta se tratasse.

Mas defendo que, se puder ser de ajuda, a quem está com esta ideia e não sabe como começar, então, já valeu a pena!

Cumprimentos, e usem as vossas palavras para vosso benefício!
Ariana



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