Plano de Ataque às Dívidas - Continuação da Parte Três
Finanças Pessoais

Plano de Ataque às Dívidas - Continuação da Parte Três


Atenção:
Esta série de posts não têm por objectivo dizer como é que se deve gerir o dinheiro de cada um, tenho plena consciência que o que funciona connosco pode não funcionar com outros, ainda para mais porque as circunstâncias de cada casa diferem e não têm os mesmos parâmetros, quer de rendimentos, quer de distribuição dos dinheiros/despesas. No entanto, para quem tem cartões de crédito ou créditos bancários dos quais se quer ver livre mais rapidamente, estas sugestões podem, de certeza, ajudar a chegar lá mais depressa. E é por aí que eu e o maridão queremos ir. Pagar mais depressa o cartão de crédito que nos falta e o empréstimo pessoal que ainda detemos junto do banco. Mesmo com menos recursos do que antes, acabar com as dívidas é possível, e só nos trará benefícios!

A primeira coisa que disse para comigo quando decidi que queria abraçar este projecto com plena dedicação foi: "Isto é um projecto de meses e anos, meses para algumas dívidas, anos para outras. Mas se não desistir, vamos conseguir!" Assim, dedicámos um mês a cada uma das partes deste Plano de Ataque. Para que as novas rotinas se entranhem, e os novos hábitos não nos pareçam tão complicados que desistamos logo.

Agora, fazendo um pequeno resumo deste projecto de acabar com as dívidas o mais rápido possível, já vos contei sobre:

1º Passo (= 1º mês) Descobrir as "fugas" de dinheiro nas rotinas lá de casa e "tapá-las" bem tapadas! Juntar toda a família, abordar os campos onde se pensa poder cortar despesas e elaborar o plano da família para acabar com o desperdício de recursos. Menos desperdício em casa, menos dinheiro nos sai da conta = mais dinheiro no fim do mês.

2º Passo (= 2º mês) "Angariar" mais dinheiro de forma rápida, vendendo tudo o que já não usamos, não nos falta, ou do qual podemos abdicar. Todo e qualquer dinheiro que consigamos desta forma NÃO É PARA ENTRAR LOGO PARA O ORÇAMENTO DO MÊS!!! É para guardar, para usar posteriormente.

3º Passo (= 3º mês) Fazer a correcta classificação de cada despesa da nossa vida e atribuir-lhe uma conta bancária, para depois canalizar para aí todas as despesas relativas a essa despesa/campo. Não misturar despesas, nem dinheiros pessoais com dinheiros da família, por exemplo. Isto vai obrigar a algum exercício mental, por forma a designar cada despesa de acordo com a sua real função. Por exemplo, as despesas de se manter um automóvel podem entrar na Conta Família caso seja para usufruto da família, mesmo que seja para ir e vir do trabalho, é uma despesa para o bom funcionamento/sustento da família. Mas se esse mesmo automóvel foi adquirido para ser uma ferramenta de trabalho, por se ser trabalhador por conta própria por exemplo, então esses custos, do usufruto e manutenção da viatura, no meu entender, deviam ser suportados pela Conta Trabalho, aberta exactamente para rendimentos e despesas inerentes do trabalho por conta própria.

Ampliando o que se quer com este passo, deixo algumas hipóteses de distribuição de dinheiro/despesa:



Porque é que é importante fazer esta separação de despesas?

Para se perceber onde é necessária intervenção.

Por exemplo, no nosso caso. Até há uns meses atrás, todos os dinheiros entravam para o mesmo sítio, e todas as despesas eram pagas da mesma conta. Mas o dinheiro parecia nunca chegar, e quando queríamos pagar esta ou aquela factura, frequentemente acontecia que tínhamos de adiar até que os nossos inquilinos pagassem as suas rendas para conseguir pagar as nossas facturas, e por vezes, até a nossa própria renda! Houve meses em que a renda ao nosso senhorio só era paga a dia 15, por causa de termos de esperar pelo dinheiro das rendas dos nossos inquilinos. Isso é muito angustiante, digo-vos.

Após ter feito esta divisão de contas, percebi que, dos nossos ordenados, temos dinheiro que chega e sobra para pagar todas as despesas familiares, pagar a renda a tempo, atribuir-nos um valor para cada um usar nas suas despesas pessoais e até para fazer uma pequena poupança!

Por outro lado, apercebi-me que, com a quantia que recebíamos das rendas das casas, ainda teríamos de retirar dos nossos ordenados cerca de 420€ anuais SÓ PARA MANTER AS CASAS ARRENDADAS E SEM DÍVIDAS em atraso!... Ora, para que isso não acontesse, tínhamos que subir as rendas em 35€ mensais, para não andarmos a retirar essa quantia da Conta Família, como vinha a acontecer. Já viram o que fazíamos com 420€?... Era uma semaninha no nosso Alentejo, por exemplo!

Mas, como me perguntou a mae_qb no post anterior: "Como é que nós "pagamos a nós próprios" se enquadra aqui?"

  • Bem, com estes dados, reconstruímos a Conta Casas, para onde vão todas as prestações, seguros, IMI, rendas, condomínios, referentes às casas arrendadas. Dali, só sai o dinheiro das rendas recebidas dos nossos inquilinos; se demorarem mais uns dias a entrar, demora-se o pagamento das contas, mas fica tudo dentro da mesma conta, sem afectar o sustento da família. 
  • Constituímos a nossa Conta Poupança no mês passado, tendo por objectivo as nossas férias tão desejadas. Programámos uma transferência a cada dia 29 do mês, da Conta Família para a Conta Poupança, cumprindo assim com a primeira regra "Pague-se a si mesmo primeiro!
  • Assim que entra o meu ordenado, faço o pagamento de todas as facturas que já temos para o mês independentemente da data limite de pagamento. Cumpro assim com a regra "Pague as suas facturas assim que elas chegam!"
  • E finalmente, com o dinheiro das vendas dos nossos objectos, demos um avanço nos cartões de crédito. Pagámos um por inteiro (o Visa prémio, que é utilizado para as compras de supermercado), e utilizamos o seu novo saldo ao longo do mês para supermercado, pagando sempre a 100% daqui em diante (livrámo-nos de 17,50€/mês), e ainda fizémos um pagamento superior ao mínimo exigido no outro, que nos veio dar uma almofada de 10€ de redução na mensalidade deste mês, o que, juntando o valor que pagávamos no outro cartão, significa mais 25€/mês para a dívida deste cartão de crédito do que o mínimo exigido.
Bem, isto hoje já vai mais comprido que a cauda do vestido de noiva da princesa Diana, o resto conto para a próxima!

Cumprimentos, e lutem contra as dívidas!
Ariana



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