Bancos mantêm concessão de crédito apertada, procura em queda
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Bancos mantêm concessão de crédito apertada, procura em queda


 

Maioria dos bancos continua a praticar spreads elevados nos particulares e a exigir garantias adicionais às empresas

Os bancos portugueses mantiveram praticamente inalterados os critérios de concessão de crédito ao longo do terceiro trimestre deste ano. A restritividade não dá sinais de abrandar, por todas as razões e mais algumas, mas a tendência mais visível é na procura de crédito por parte dos particulares, que está em queda, e assim deve continuar.

De acordo com os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, realizado pelo Banco de Portugal aos cinco grupos bancários portugueses incluídos na amostra, apesar de terem mantido os critérios aplicados na aprovação de empréstimos globalmente inalterados, os bancos inquiridos identificaram alguns fatores que terão exercido alguma influência negativa sobre esses critérios.

Em particular, os bancos apontaram «a deterioração das expectativas quanto à atividade económica em geral e, em menor grau, o aumento dos custos de financiamento e restrições de balanço» como razões para manterem a restritividade na concessão de financiamento.

Adicionalmente, observou-se um ligeiro agravamento das condições aplicadas pelos bancos na aprovação de empréstimos, «consubstanciado num aumento dos spreads aplicados (em particular nos empréstimos de maior risco), mas também na aplicação de outras condições contratuais ligeiramente mais restritivas. Entre estas refira-se, no caso das empresas, a redução da maturidade dos empréstimos, condições contratuais não pecuniárias (covenants) mais restritivas e o reforço das garantias exigidas».

O Banco de Portugal identifica ainda, com base nas respostas dos cinco grupos bancários, uma «diminuição da procura de empréstimos ao longo do terceiro trimestre que, no caso dos particulares, afeta sobretudo o segmento da habitação».

Para justificar a menor procura de empréstimos, o banco central aponta «a diminuição da confiança dos consumidores, a deterioração das perspetivas para o mercado da habitação, a evolução das despesas de consumo não relacionadas com a aquisição de habitação e a retração nas despesas de consumo de bens duradouros».

No caso da procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte das empresas, a procura manteve-se praticamente estável. Por um lado, a diminuição das necessidades de financiamento para efeitos de investimento contribuiu para travar a procura de crédito mas, em sentido contrário, a procura das empresas terá sido sustentada por um aumento das necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio, bem como de financiamento para a reestruturação da dívida.

Para o quarto trimestre de 2012, a generalidade dos bancos inquiridos não espera alterações significativas na aplicação de critérios para aprovação de empréstimos ou linhas de crédito a empresas e para aprovação de empréstimos a particulares. Para
o mesmo período, os bancos anteveem que a procura de empréstimos por parte das empresas, em termos globais, permanecerá estável.

No caso dos particulares, a maioria dos bancos espera uma redução da procura de empréstimos para habitação, assim como uma diminuição menos acentuada da procura de empréstimos para consumo e outros fins.




Fonte:www.agenciafinanceira.iol.pt








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