Viver Sem Gastar - Impossível?
Finanças Pessoais

Viver Sem Gastar - Impossível?


Escrevi que me decidi a não gastar nada. Quando escrevi isso, não quis dizer que ia terminar o mês com o mesmo dinheiro com que comecei. Afinal, há a renda da casa, a água, a luz, o gás, as prestações dos créditos habitação... Não gastar meeeeesmo naaaaada, claro!, concordo com a Ana, que comentou no dia 28/10 às 22:23h que "isso é impossível".

Mas então, o que eu quis dizer-vos com "Não gastar nada"?...

Bem, sabem qual é a sensação quando encontramos dinheiro na rua?... Principalmente quando se trata de euros verdadeiros (1, 2, 5, 10€)?...

Ficamos felicíssimas, não é?... Até parece que nos saiu a lotaria! E ficamos assim, por quanto?... 1 euro, 2 euros?... Ficamos felizes com pouco, não acham?...

Mas agora imaginem qual é a sensação quando nos apetece muito ir comprar um sundae ao MacDonalds, ou 1 café  ou 1 bolo à pastelaria. Como é que raciocinamos para nós próprios?... "Ah, e tal, também é só 1,5€, e eu também mereço um miminho de vez em quando"!!! E nem sabemos bem como nem porquê, lá reagimos ao nosso desejo como se andássemos a nadar em dinheiro (mas quantos de nós se chamam realmente "Tio Patinhas", hã?...)!


Então, perceberam?... Se valorizamos tanto 1 ou 2 euros encontrados na rua, porque é que a seguir desvalorizamos a mesma moeda, só porque nos apetece muito uma coisa?...

Foi com esta comparação que compreendi que a forma como eu encarava o dinheiro estava errada: quando encontro dinheiro na rua, dou-lhe imenso valor, e às vezes até arrazôo que foram 30 ou 45 minutos de trabalho ganhos sem esforço, mas depois, quando é para gastar, debaixo da emoção do momento, já sou capaz de desvalorizar esse dinheiro, e "esquecer"que para ganhar novamente aquela importância tenho de trabalhar 30 ou 40 minutos (no mínimo).

Desta maneira, com estes argumentos, não me tenho permitido gastar nada. Nada do que não é importante. Pago as nossas contas, mas olho para o dinheiro como uma coisa preciosa, que tenho de fazer (realmente) todo o esforço em preservá-lo, resguardá-lo. E isto sim, é perfeitamente possível de ser feito.

Quando me perguntam "queres ir beber um café?", engulo o orgulhinho pessoal, e digo francamente "Não posso gastar mais dinheiro". Digo, para que interiorize cada vez mais esta urgência em não gastar nada. Digo, porque apenas dizer "agora não me apetece" é muito bonito, mas além de até não ser a verdade, não me dá aquele abanão interior, de que não posso/devo/quero ceder aos meus apetecimentos porque o dinheiro é muito valioso e necessário para outras coisas.

É importante realizar esta mudança de valores; se não mudarmos interiormente, no que sentimos acerca do dinheiro que nos passa pelas mãos, então não haverão euros suficientes perdidos na rua que nos valham!

Cumprimentos, e até breve! (e não gastem! Não gastem!!!!!) 


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