Uns entregam casa ao banco, outros aproveitam para comprar a preço de saldo
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Uns entregam casa ao banco, outros aproveitam para comprar a preço de saldo



Para evitar soluções de sobreendividamento, a Deco diz que arrendar pode sera melhor solução

Com o agravamento da situação económica nacional, o panorama do sector imobiliário mostra-se assustador. Entre Janeiro e Setembro de 2012 foram entregues 4400 imóveis em dação em pagamento, tanto por famílias como por promotores imobiliários.
Para fazer face a este problema, a Associação de Defesa do Consumidor (Deco), aponta o arrendamento como a melhor a solução. Esta é a melhor resposta às “limitações no acesso ao crédito, às elevadas taxas de juro ou à instabilidade a nível profissional”, refere Natália Nunes ao i.
Esta desregulação do mercado imobiliário é visível pelos dados disponibilizados pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Só no terceiro trimestre do ano (entre Julho e Setembro) foram entregues 1100 imóveis aos bancos para pagamento de dívidas, o que representa um aumento de 9,9% em relação aos três meses anteriores. Só este ano, a Deco abriu mais de 4200 processos “a largos milhares de famílias” por incumprimento.
Segundo Luís Lima, o presidente da APEMIP, este aumento representa a “continuidade de um ano extremamente difícil, com níveis de confiança no mercado combalidos e expectáveis perante o futuro desenvolvimento do sector imobiliário e do mercado”. Entre Julho e Setembro, Porto, Lisboa e Faro, foram os distritos onde foram entregues mais imóveis aos bancos. Os três distritos representam 40,5% do total.
Para o responsável, é fundamental procurar soluções para esta realidade “criando um ambiente mais propício à renegociação dos créditos, para que a prática da entrega de imóveis não passasse a regra”. Por isso mesmo, a Deco refere que, em casos de incumprimento, em primeiro lugar tenta “avaliar se existe alguma capacidade de reequilibrar o orçamento da família reestruturando os seus créditos” ou negociando um “período de carência, alargamento do prazo, juros ou até a entrega da casa”.
Mas o azar de uns é a sorte de outros. Neste momento há mais possibilidades de “encontrar imóveis a preços mais reduzidos”. Uma boa oportunidade de negócio para quem procura casa.
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LUZ AO FUNDO DO TÚNEL Apesar de os números, Luís Lima acredita que a percentagem de casas entregues aos bancos vai continuar a diminuir levando, assim, a uma estabilização do sector imobiliário. A isso devem-se as campanhas e medidas de facilitação de pagamento de dívidas aplicadas pelos bancos, como o alargamento do prazo do empréstimo ou a diminuição dos spreads e o facto de o próprio sector financeiro admitir que a “dação em pagamento de imóveis não é solução” nem para os bancos nem para os proprietários das casas.
“Começámos a ouvir os próprios presidentes dos bancos a dizer que estavam a negociar com os clientes e isso notou--se no mercado”, afirma.
No entanto, o responsável alerta que é necessário fazer o mesmo em relação aos operadores imobiliários. Nesse sentido, Luís Lima deixa um aviso: “Da mesma maneira que o sector financeiro arranjou uma solução para as famílias, tem de arranjar uma solução para as empresas porque senão, os bancos ficam como únicos promotores”.

fonte: ionline.pt



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