Nos últimos dias, felizmente muito tem se falado de Educação. O Brasil investe nela atualmente cerca de 5,70% do PIB o que o colocou em 53º lugar no ranking de 2012 onde o primeiro investe 7,80%. Alguns querem 10% do PIB sendo destinados para ela e já existe tramitação no Congresso para isso. Seria dinheiro suficiente? Algo em torno de 440 bilhões de reais com certeza é bastante dinheiro. Porém Educação, não se faz somente com recurso financeiro.
Uma Universidade, por exemplo, é uma das instituições mais importantes de uma nação. Isso porque ela é na verdade um grande fomentador de talentos. Elas recebem jovens no começo de sua vida adulta, cheios de habilidades e potenciais, repletos de expectativas e sonhos. As Universidades podem aprimorá-los e alavancá-los para serem melhores do que já são. Pode transformar as suas vidas e com isso colaborar com a melhoria do país. O que fazem as nossas Universidades hoje? Boa parte delas, fazem exatamente o contrário. Limitam os seus alunos com falta de recursos, de ambiente propício para o aprendizado e para a pesquisa, com falta de organização e até com falta de aulas. Algumas preferem viver mergulhadas na ideologia do que cumprir o seu real papel de elevar a sociedade através da formação de seus integrantes. Um jovem que não possui acesso a uma Universidade de verdade, acaba se limitando na escolha profissional. Faz cursos superiores pela falta de opção ou por puro interesse financeiro, e com isso estamos jogando fora o capital humano da nação. Quantas soluções para a sociedade poderiam ser geradas se a maioria das Universidades realmente produzisse conhecimento prático? Novas soluções, novas formas de fazer, novos produtos, novos serviços, enfim, seria a oficina do novo.
Imaginemos agora as Escolas que recebem crianças de todas as idades. Pequenos seres, repletos de vivacidade, curiosidade e energia, que serão os adultos de amanhã. Em muitas ocasiões, a Escola foi e é usada para simplesmente podá-las e reprimi-las, tornando-as escravas de uma continuidade adversa. Isso é um fato. Mas também é um fato que as Escolas são mal estruturadas, mal preparadas e mal administradas para acolher essas crianças e formatarem os cidadãos que uma nação precisa para ser desenvolvida. Salvo valorosas exceções, elas cumprem programas didáticos que na grande maioria dos casos de nada servem 20 anos depois. Em vez das crianças serem preparadas para as próximas etapas da vida, elas são atoladas de informações inúteis. Não que o conteúdo seja inútil. Mas a baixa relação disto com a realidade é que o torna pouco efetivo. Então, os pequeninos esforçam-se para parecer adultos desengonçados, com seus compromissos curriculares, e não aprendem questões básicas do convívio humano em sociedade. Que tipo de criança está saindo hoje da escola brasileira? Que colaboração esta Escola está gerando para que sejamos um país melhor daqui a 30 anos? Por falta de professor e giz, as vezes de merenda, cadeira e teto, existem Escolas que estão muito longe de responder esta pergunta. A Escola pode gerar pessoas melhores, mais compreensivas e mais responsáveis. Com melhores capacidades de trabalhar em grupo e se ajudarem, numa espécie de oficina da sinergia.
Escolas e Universidades são apenas alguns exemplos, mas a Educação é um sistema complexo com muito mais variáveis. Lógico, que se estas duas melhorassem já seria um grande passo. Seria o começo real de uma mudança no Brasil. Para isso, sem dúvida é preciso dinheiro. Dinheiro para valorizar e remunerar melhor quem ensina. Dinheiro para equipar estes locais com infraestrutura necessária. Mas o dinheiro nada pode fazer se não for bem empregado. E isto quem faz é o capital humano. O mesmo que Escolas e Universidades insistem em desperdiçar, num ciclo de mediocridade, em vez de alimentarem um outro ciclo. O ciclo da prosperidade.