E AGORA, COMO MUDAR O BRASIL ?
Finanças Pessoais

E AGORA, COMO MUDAR O BRASIL ?


Depois da Democratização, esperamos que o Brasil melhorasse. Após a morte de Tancredo, foram 9 anos de sobressaltos econômicos, com direito a confiscos, planos eleitoreiros e ineficazes. Quase descemos pelo ralo com uma inflação exorbitante. Somos tolerantes, e esperamos que aqueles que tanto desejaram a Democracia, fizessem o país melhorar. Porém, os corruptos e os socialistas avançaram na política e no dinheiro público como porcos famintos sobre a lavagem. Antes eram de lados diferentes. Agora podemos constatar que estas duas vertentes se uniram e instalaram no poder uma quadrilha, mesmo que o Supremo Tribunal Federal assim não entenda, disposta a permanecer lá eternamente. Depois da abertura, eles largaram na frente e chegaram na frente. E nós, pensamos que estávamos lidando com abnegados soldados da pátria como antes. Pessoas que desejavam trabalhar pelo país.  Coisa nenhuma. Nem todos possuem a grandeza de abrir mão do poder. A abertura possibilitou o verdadeiro saque ao erário que vivemos atualmente. Abriu os portões para aqueles que estavam ávidos para avançar na mamata. Soltamos a raposa no galinheiro. E se fomos nós que permitimos isso, somos nós que temos de consertar. 

O grupo que está no poder hoje no Brasil, preparou-se muito para isso e percorreu um longo caminho. Eles não caíram de paraquedas no planalto nem o tomaram de assalto. Eles caminharam até lá. Primeiro, montaram um partido e em torno dele, mesmo não sendo verdade, criaram uma aura imaculada. Era o partido purista da honestidade, da justiça social, das pessoas que queriam um Brasil sem as negociatas, sem os políticos desonestos e sem pobreza. Eles atraíram religiosos e leigos, pensadores e artistas, estudantes e trabalhadores, pequenos empresários e idealistas. Eram a esperança de uma nação melhor. Fizeram uma oposição grotesca e intransigente, sendo contra, criticando e atrapalhando, muitas medidas das quais se beneficiaram depois e que trouxeram avanços para o país, como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. A maior e única obra deles, começou a ser criada pelo governo anterior,  e foi na época e até hoje repudiada veementemente por eles. Tudo estava errado, só eles estavam certos. Perderam muitas eleições presidenciais, mas não desistiram até o dia que finalmente venceram. E quando o fizeram, fizeram com uma organização estruturada como base. Estruturada em termos de organização, financiamento, ideologia e objetivos. Aparelharam e infiltraram-se no Estado e seus derivados, ocupando os cargos e funções relevantes. Pactuaram com figuras que antes abominavam e expulsaram aliados, para exercer e permanecer no poder. O resultado você está vendo. 

Hoje o Brasil assiste atônito este grupo subverter e corromper as frágeis instituições nacionais. Assiste uma oposição desarticulada, sem consistência e combatividade, incapaz de fazer frente aos absurdos que ocorrem e nos impõem. Mas este gosto amargo de dominação, de decepção, de corrupção desenfreada, e até de deboche diante das nossas faces, foi causado por nós mesmos. Nós é que permitimos que a situação chegasse nesse ponto que chegou. Deixamos que eles ocupassem os espaços. Ficamos de fora do celeiro, e agora reclamamos porque lá dentro está tudo desarrumado e eles ficam com os grãos para eles. Imaginamos que a culpa é deles, mas a culpa é nossa, pois nós é que plantamos e produzimos os grãos que eles desviam, e deixamos que tomassem conta. Parece que o Brasil gosta mesmo é de eleger gente despreparada e sem caráter, gosta de ignorante, gosta de criminoso, gosta de mentiroso, gosta de ser enganado. Muitas vezes, os brasileiros elegem o que a sociedade tem de pior, e depois reclamam que as coisas não vão bem. Como poderia ser diferente ? 

Não é com intervenção militar que vamos resolver isso. Na verdade, esta situação foi involuntariamente causada por ela. Mas eu entendo, na época, era isso ou um golpe de marxistas. Lembre-se que hoje em dia, eles adotam uma prática diferente e até mais perigosa. Também não é com passeata na rua que vamos conseguir mudar o Brasil. Em Junho do ano passado, fizemos dezenas e dezenas, e creio que ficou tudo na mesma. Não se muda um país com cartaz. Se muda com atitude. E também modificando o pensamento de que política é coisa para gente safada. Na verdade, política é para pessoas integras, com condições morais de exercê-la. Afinal, eles vão definir o futuro dos nossos filhos e o mais coerente, é que deleguemos isso a pessoas com qualidade, e não a verdadeiros bandidos. Não são os 50 milhões beneficiados pelo bolsa família que permitem essa corja no poder. Eles também são vitimas. Nem a elite econômica, como alguns gostam de rotular. Eles são minoria. É a classe média. Ela é que deixou que os espaços fossem ocupados, que esperou que os outros cumprissem o seu papel. Não é a toa, que é a grande prejudicada, e criticada por eles inclusive. Está nela a chave da grande e verdadeira mudança. A mudança que o Brasil precisa. 

O partido é a ferramenta democrática para atuar politicamente. É por ele onde tudo começa. De bom e de ruim. Se os quadros dos partidos são infestados de aproveitadores e oportunistas, não devemos esperar nada diferente na política. Por isso em vez de ocupar as ruas, precisamos começar ocupando os partidos. Se metade dos manifestantes de 2013 tivesse feito isso, hoje já estaríamos vendo algum resultado. O partido é o reduto onde o político de hoje se constrói, e deve ser por ele que esse perfil danoso deve ser desconstruído. Mas não entre sozinho em um partido, porque senão você vai ser engolido. Escolha um sem ideologia ou influência marxista, e arregimente um grupo de pessoas para entrar. Quanto maior este grupo, melhor. Estas pessoas devem antes reunir-se em torno de alguns propósitos comuns. Todo grupo precisa de identidade e de uma liga para mantê-lo. Depois de entrar, comece a fazer valer as suas propostas, pelo debate e pelo voto. Ocupe os espaços e os cargos. Será o primeiro exercício do que vem pela frente. A próxima etapa é oferecer à sociedade, candidaturas diferentes das atuais. Candidaturas que representem realmente uma alternativa para a sociedade cansada de ser explorada. Candidaturas representadas por pessoas que não fazem da política uma profissão mas sim uma necessidade de melhorar a nação em que vivem. Candidaturas com novos discursos, novas práticas e novas formas de fazer política, fundamentadas mais no exemplo do que nas palavras. 

A oferta de candidaturas assim, certamente levará a um embate com os que aí já estão. No entanto melhor será o embate de ideias do que um combate de armas. A mudança a qual esperamos, não virá do céu nem tão pouco será rápida. Ela será fruto da maturação na participação política nos rumos do país. Porém, ela só acontecerá se dermos um primeiro passo, se começarmos hoje. Para aqueles que assim se dispuserem, será preciso desapego e grandeza para iniciar uma estrada quase no anonimato que irá ser percorrida por muitos, e para colocar o Brasil acima das conveniências e interesses pessoais. É assim que se muda uma nação. Nós fazemos a nossa história de ontem, de hoje, e de sempre.



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