Finanças Pessoais
Depósitos a prazo: juros em tamanho “s”
Os juros dos depósitos estão cada vez mais pequenos. Agora, a taxa de imposto sobe de 25% para 26,5% e, no próximo ano, será de 28 por cento.
Taxas de referência: zero é o limite
A Euribor é a taxa a que os bancos emprestam dinheiro entre eles, em vários prazos. Serve de referência para todo o sistema financeiro europeu. Atualmente, a Euribor está nos valores mais baixos de sempre: a um mês é de 0,1%, a três meses é de 0,2%, a seis meses é 0,4% e a 12 meses é de 0,65 por cento. Valores muito abaixo dos que existiam, por exemplo, no começo do ano: 0,8% a um mês, 1,2% a três meses, 1,5% a seis meses e 1,8% a 12 meses.
Banco de Portugal não deixa esticar
No segundo semestre de 2011 as taxas de juro dos depósitos estavam elevadas, pois os bancos precisavam de liquidez. O Banco de Portugal, preocupado com a estabilidade das instituições financeiras, emitiu instruções no sentido de redução das taxas de juro dos depósitos, primeiro em novembro de 2011 e, depois, reforçou em abril de 2012.
Por exemplo, atualmente, para depósitos a 12 meses, são penalizados os bancos que pratiquem taxas de juro superiores a 3,65% bruta (Euribor nesse prazo mais 3% de spread definido pelo Banco de Portugal). Assim, à taxa de imposto atual, a taxa de juro máxima que o Banco de Portugal permite sem penalizar o banco é de 2,7% líquida. A penalização consiste no reforço dos capitais próprios numa proporção que tem em conta o montante aplicado nesses depósitos, o prazo e a taxa.
Esta medida teve efeito imediato nos superdepósitos, aqueles que têm taxas muito superiores à média porque se destinam a captar novos clientes ou novos capitais: há um ano existiam três bancos a remunerar a 6% brutos depósitos especiais até um ano, agora a melhor taxa dos superdepósitos é de 5% a 3 meses (ver análise).
No entanto, os bancos estrangeiros que não contribuem para o Fundo de Garantia dos Depósitos escapam a estas restrições (PrivatBank, Barclays e Deutsche Bank).
Taxas de juro brutas médias de depósitos até 1 ano
(em %)
Em Portugal, as taxas de juro dos depósitos bancários atingiram valores mais elevados do que a média da zona euro, especialmente em 2011. Mas, algumas medidas do Banco de Portugal e a descida da Euribor fizeram com que ao longo deste ano se aproximas-sem dos valores médios da zona euro. Fonte: Banco de Portugal
“XXL” só mesmo o imposto
Segundo uma proposta de Orçamento do Estado para 2013, os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias, como os juros de depósitos e a generalidade dos rendimentos de capital, passarão a ser tributados a uma taxa de 28 por cento. Desde o começo deste ano passaram a ser tributados a 25%, mas já está no Parlamento uma proposta de lei para passar esta tributação para os 26,5 por cento. Assim, em cerca de um ano, a taxa de imposto sobre o rendimento dos depósitos passa de 21,5% para 28 por cento.
Que soluções
Para 2013, o Banco de Portugal estima uma taxa de inflação de 1 por cento. Se optar por depósitos de curto prazo até um ano tenha em atenção que deverá escolha sempre depósitos com rendimento líquido acima da inflação, de modo a assegurar rendimento real positivo, ou seja, para que o seu dinheiro não perca valor.Como ainda prevemos que se mantenha esta tendência de baixas taxas de juro durante algum tempo, o melhor é escolher um depósito com um prazo mais longo (entre um a três anos) com taxa de juro fixa ou crescente e, assim, garante essa remuneração durante este período mais instável.
Para um depósito a um ano, as taxas variam entre 0,1% e 4,1% líquidas (ver simulador). No nosso comparador, encontra as taxas praticadas para depósitos a um, três, seis e 12 meses e, em breve, adicionaremos também os depósitos de médio e longo prazo.
Fonte: Proteste Investe
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