Finanças Pessoais

Aprender a Viver com Menos

Conforme abordei neste post, há certas situações financeiras e familiares mais críticas de lidar do que outras. De maneira que não é aconselhável fazer-se comparações acerca do que cada um tem, pode ou faz. Cada família é única e as suas dificuldades têm sempre algo de exclusivo.

Mas, há uma pergunta que todos temos de encarar se havemos de lidar melhor com a crise: No que depende de cada um de nós, estamos dispostos a fazer tudo o que podemos, para honrarmos os nossos compromissos e cumprirmos com as nossas obrigações familiares e financeiras?

Óptimo! Se assim é, mais facilmente aceitaremos as mudanças que, eventualmente, seremos obrigados a fazer para conseguirmos viver com menos.

Que mudanças são essas?...

Aceitar um ajustamento ao nosso padrão de vida. É altamente provável que, gradualmente, tenhamos que dizer não a recreação que custe dinheiro, deixar os restaurantes para uma altura realmente festiva, deixar certos hobbies ou actividades que nos custam mensalidades, ou até, quem sabe, mudar para uma casa mais pequena, mais barata, mais longe, ou até noutra cidade. Estamos cientes do que ainda podemos fazer?... E estamos dispostos a isso, para bem da nossa saúde familiar, mental, emocional e financeira?...

Aceitar qualquer outro tipo de trabalho, diferente do que tivemos até aqui. Para muitos licenciados, significaria aceitar qualquer coisa para a qual nem sequer teria sido necessário estudar. Para um trabalhador de escritório de uma vida, poderia significar aceitar trabalho numa oficina de automóveis. Para uma bancária, talvez o lavar escadas ou passar a ferro seja duro ou até mesmo cruel, mas é um trabalho, e é dinheiro que pode canalizar para a sua família. Procurar prestar serviços a outros que até ao momento outros é que nos prestavam a nós, é psicologicamente desafiador, mas ficar derrubado com a ideia do que os outros vão pensar de nós se nos virem a fazer isto ou aquilo não vai trazer comida para a mesa nem vai pagar o material escolar dos filhos. Já olhámos em volta com olhos novos, olhos de ver o que ainda podemos fazer?... E estamos dispostos a isso?...

Aceitar que actualmente não se pode ter tudo quanto se gostava, e aprender a desenvolver contentamento. Aprender a ser razoavelmente feliz e satisfeito com a nossa situação actual, ao invés de procurar alcançar alvos dispendiosos e ostentosos, libertará as nossas costas de encargos desnecessários nestes tempos tão difíceis. Quando pensamos para com os nossos botões algo como "Mas nós podíamos estar bem melhores do que estamos...", a verdade é que os tempos são de mudanças tão drásticas e rápidas que também poderíamos (ou poderemos!) estar bem pior do que estamos.

Há que dedicar alguma meditação a isto.

Cumprimentos, e dediquem algum tempo a pensar nisto!
Ariana

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